Cinco amigos sempre passaram o reveillon juntos. São amigos com tradições, fazer o quê? Mas por uma tropeçada do destino, eles foram obrigados a passar o reveillon separados pela primeira vez. Depois de horas pensando, esgotou-se a esperança de manter a escrita e a energia de continuar tentando. E é nesses momentos que a tradição permanece, quando está prestes a acabar. Alguém pensou:
– Vamos passar no mar!
– Ãh?!
– Todos nós vamos pro litoral, não é?
– Sim.
– Então, a gente um pouco antes da meia-noite vai pro mar e passa a virada lá dentro. O mar é o mesmo! Daqui no Japão. Então estaremos todos juntos, como numa grande piscina!
Eu não sei se foi o cansaço, eu não sei se foi a tradição, eu sei que todo mundo concordou. E na meia-noite, todos na água, nos seus respectivos estados e um em outro continente. Mas na água. Um pensou no outro e tal. Bom, se energizou eu não sei, sei que a tradição se manteve. Pena que um não voltou mais: Roney entrou de sunga e champanhe chapadão no mar e só voltou a garrafa. E é aí que eu digo: se der pra manter a tradição, mantém, mas se não der, inventa outra.
Se deu, deu, se não deu, deixa.